Segundo o Ministério Público, gestor
sacou verba de convênio de esgotamento sanitário às vésperas de eleição
municipal e criou procedimento licitatório fictício para encobrir o
ilícito
O Ministério Público Federal (MPF) em Monteiro pediu à
Justiça a condenação do prefeito do município de Princesa Isabel,
Domingos Sávio Maximiano Roberto, além da secretária de Finanças e
membros da Comissão Permanente de Licitação, por atos de improbidade
administrativa, praticados poucos dias antes das eleições de 2012.
Segundo o MPF, o gestor sacou R$ 60 mil da conta
de convênio para esgotamento sanitário e utilizou tais recursos no final
da campanha eleitoral. O convênio (SIAFI nº 644721) foi firmado entre a
prefeitura e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A pena prevista na
Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidades) é de perda da função pública e
suspensão dos direitos políticos, além de ressarcimento ao erário, com
pagamento de multa.
Na ação, o MPF aponta que, para encobrir o ilícito e
justificar a despesa, o prefeito criou uma licitação ideologicamente
falsa, tendo informado ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba que o
valor foi contabilizado como “serviços de recuperação de estradas
vicinais”, que na realidade não foram executados. Para tanto, determinou
a elaboração de documentos ideologicamente falsos que atestariam a
realização do processo licitatório ‘Carta Convite nº 006/2012′.
Conforme o MP, provas documentais e testemunhais
indicam que “houve o saque em espécie da quantia de R$ 60 mil, às
vésperas da eleição municipal de 2012, mediante cheques assinados pelo
próprio prefeito. Para ocultar o desvio, o então prefeito contou com a
imprescindível conivência da secretária de Finanças, que também assinou o
cheque, emitido em favor da própria prefeitura, em conjunto com o
prefeito e posteriormente arquivou na Secretaria de Finanças cópia em
que atestava que os cheques haviam sido emitidos em favor da empresa RLA
Construções e Serviços LTDA, com o claro intuito de maquiar a real
destinação do dinheiro desviado”.
Em 2012, Domingos Sávio era presidente da Câmara de
Vereadores de Princesa Isabel. Com a cassação do mandato do então
prefeito Thiago Pereira de Sousa Soares, Domingos Sávio foi eleito
prefeito, em eleição indireta realizada pela Câmara, tendo completado o
mandato do gestor anterior, até 31 de dezembro de 2012. Candidatou-se à
reeleição para o cargo de prefeito nas eleições municipais de 2012, que
ocorreram em 7 de outubro daquele ano. Segundo o MPF/PB, com o objetivo
de assegurar a sua reeleição e canalizar “caixa 2” para a sua campanha
eleitoral, o gestor desviou os recursos públicos federais no dia 2 de
outubro.
Ação de Improbidade Administrativa – 0800137-74.2015.4.05.8203 em trâmite na 11ª Vara da Justiça Federal, em Monteiro (PB).
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